Av. do Poeta 740, Vila Julieta – 22 e 23/07

      A 1ª edição da Feira Afro Cultural Zona Norte, valorizando a cultura dos afro descendentes e indígenas, aconteceu em frente do CICAS (Centro Independente de Cultura Alternativa e Social), que fica ao lado do Terminal de Carga Fernão Dias.  Sérgio Lapaloma, um dos organizadores, relatou que estava há mais de um ano tentando realizar este evento, e que com a adesão de diversos coletivos da ZN conseguiu enfim ver o projeto ganhar vida.

  

Quitutes típicos à disposição na Feira Afro Cultural ZN.Quitutes típicos à disposição na Feira Afro Cultural ZN.

 

PRESENÇAS – Em um total de 12 barracas com até dois expositores em cada, havia ali enfileirada um pouco de muita cultura e história pra ver, pegar, ouvir e comer.  A psicóloga Edilene Teixeira falou das bonecas Abayomi, que eram feitas pelas mães nos navios negreiros, para acalmar seus filhos durante a viagem. Edilene contou que as mães rasgavam as barras de suas saias e faziam bonecas de pano, sem costura, apenas fazendo nozinhos.  O Ateliê Coisinhas de Yaiá levou artesanato sustentável. Bonecas africanas feitas com garrafas, roupas tradicionais, tudo com muita cor e estampa. Também teve uma barraca com um delicioso acarajé muito bem recheado.  

 

Artesanato típico da cultura africana.Artesanato típico da cultura africana.

 

PERCALÇOS – A falta de energia elétrica atrapalhou o evento, porque o som não pode ser acionado.  A música certamente atrairia mais público. Houve atraso na roda de conversa sobre questões étnicos/ raciais, com a participação da historiadora pós graduada em Cultura, Educação e Relações Étnico-Raciais pela USP, Claudine Melo, e com Adão Oliveira, do Movimento Negro Unificado que está completando 39 anos na busca dos direitos à educação e participação nos projetos de cidadania dos negros.

 

Detalhe do artesanato.Detalhe do artesanato. Momento da feira.Momento da feira.

 

HARMONIA – Mesmo assim ambos comentaram a importância da iniciativa da feira para a questão do reconhecimento e preservação da cultura negra e indígena, para a abordagem de temas que afetam esta população e principalmente para que haja mais harmonia nas relações, “sem preconceitos e barreiras raciais”, como prega o organizador Sérgio Lapaloma.

 

Moças vestidas como manda o figurino afro.Moças vestidas como manda o figurino afro.

 

Minudências:
@ A feira cultural faz parte das comemorações do Dia da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha, celebrado em 25 de Julho.
@ Entre outros coletivos da organização, fizeram parte Coser da Nega, CICAS, Casa no Meio do Mundo, Toca da Loba, Fórum Cultural da Zona Norte e Movimento Cultural das Periferias.
@ A Rede Social Zona Norte (RSZN) participou em uma das barracas, com o projeto Nas Estantes da Zona Norte. Os dois representantes na feira, Shirley (Caminho do Futuro) e César (Tutores Vila Maria), são nipo-descendentes e se sentiram muito bem enturmados.
@ Sérgio Lapaloma e Edilene Teixeira também são membros da RSZN.

 

Vista geral da Feira Afro Cultural ZN.Vista geral da Feira Afro Cultural ZN.

Texto e fotos: Shirley Suzuki

# Matéria com o apoio de Tecnolamp

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