Tremembé

Horto Florestal – Novembro/2017

      Não há estimativa para a reabertura do Parque Estadual Alberto Löfgren, mais conhecido como Horto Florestal, fechado desde 20/10 como medida preventiva no combate à febre amarela. Porém os funcionários, que foram vacinados em uma campanha interna, podem entrar para trabalhar. Nessa condição, circulando pelo parque vazio e silencioso, o funcionário Robinson Dias percebeu que os animais não estavam nem aí com essa medida, aproveitando para circular com mais liberdade pelo parque. E fotografou isso.

Pequeno macaco-prego à vontade no jacarandá sacambú, ao lado do Museu Florestal.

MUDANÇA – Robinson Dias é funcionário do Instituto Florestal, no setor Museu Florestal Octávio Vecchi, situado dentro do parque. Ele logo percebeu o comportamento diferente dos animais: “Com a ausência do grande público dentro do parque a mudança foi radical, do dia pra noite. O ambiente ficou extremamente quieto e até triste para nós. Claro que preferimos o parque sendo visitado... Já para os animais essa quietude tem propiciado uma experimentação inédita de liberdade, como num zoológico só com espécies nativas, mas sem jaulas, onde os bichos ficam livres”, considerou Dias.

A natureza fazendo suas artes...

SINFONIA – Segundo Dias teiús, gambás, cobras, sapos, peixes, macacos pregos e bugios, e uma diversificada variedade de pássaros de tamanhos e cores diferentes passeiam em cantoria sem a interdição humana, resultando numa sinfonia da natureza. “Os teiús perderam a timidez, saem das tocas pra tomar sol onde antes não se expunham, em volta do lago das capivaras e próximo ao marco do Trópico de Capricórnio. Ao lado do Museu virou ´point´ dos lagartos e teiús”, narrou o funcionário.

Lagarto teiú e...

Gavião carcará, sem medo dos homens.

VÍCIO – Com o parque quieto os gaviões carcarás resolveram aparecer para fazer a festa, caçam filhotes de sabiás, quero-queros, pombos e até os esquilos. “Imagine gaviões carcarás pousando nas escadarias do museu como se fossem pardais? isso não era comum”, revelou Robinson Dias, dando uma mostra como o Horto Florestal está diferente. Já os patos, gansos e marrecos parecem estar sentindo a falta dos visitantes, ou das sobras de comida que eles descartam. Apesar de se alimentarem preferencialmente de alimentos naturais como vegetais, grãos e sementes, além do plâncton na água dos lagos, ao longo do tempo foram sendo viciados em salgadinhos, pão, biscoito, grãos, macarrão, maionese, sorvete e tudo mais que os visitantes desatentos lhes fornecem. “Agora vagueiam pelo parque como se procurassem seus tratadores”, brinca Dias.

Área de exercícios e lazer sem frequentadores.

SENTINDO FALTA – Com o parque fechado ao público as alamedas permanecem limpas, impecáveis: “Não vejo um papelzinho de bala no chão”, relata Dias. Já o parque infantil com os brinquedos parados fica “estranho”, mas “é um fato novo experimentar essa quietude junto aos animais, ouvindo o som da natureza que aqui viceja. Por outro lado, sendo sincero, eu sinto a falta do público freqüentador, das pessoas, da criançada e os estudantes em grandes grupos, do movimento humano em geral, até daquele senhor morador da Vila Rosa, conhecido como ''Peru'', que vive cantando todos os dias pelas alamedas do parque eu sinto falta. Não vejo a hora de ver o parque reabrir”, desabafa o funcionário e fotógrafo Robinson Dias.

Ave aquática na beira do lago.

Um tucano se espreguiça.

Minudências:
@ O Horto Florestal e o Parque Estadual da Cantareira fecharam para o público no dia 20/10/2017, após exames comprovarem febre amarela em um macaco da espécie bugio encontrado morto no parque.
@ Desde 26/10 a Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente determinou o fechamento por tempo indeterminado dos parques Pinheirinho D’Água, Jacintho Alberto, Rodrigo de Gásperi, Jardim Felicidade, Cidade de Toronto, São Domingos, Ten. Brigadeiro Faria Lima, Senhor do Vale, Lions Clube Tucuruvi e Sena, todos na ZN.
@ Veja AQUI matéria do site da prefeitura de São Paulo, com os postos de vacinação na Zona Norte.

Fotos: Robinson Dias

# Matéria com o apoio de Pattini Seguros, PBF Tremembé e Tecnolamp