Jardim Corisco – Junho/2016

      A DERSA anunciou recentemente uma nova data para inauguração do Rodoanel Norte: Março de 2018.  Enquanto isso a obra segue com uma série de questionamentos feitos pelo Ministério Público, e também deixando um rastro de impacto ambiental por onde passa. Por exemplo, no Jardim Corisco, distrito do Tremembé.

 

Obra em área de amortecimento do Parque Estadual da Cantareira.Obra em área de amortecimento do Parque Estadual da Cantareira.

 

INDIGNAÇÃO – Francisco Florentino é conselheiro participativo na subprefeitura Jaçanã/ Tremembé e mora há 16 anos no Jardim Corisco.  Desde 2009 ele acompanha a obra, devido ao impacto socioambiental provocado.  Após um período com pouca movimentação, aguardando a cura do concreto das vigas a serem içadas, agora em Junho a obra retomou atividade. Sobre o sentimento dos moradores em função da obra, Francisco afirma que é de “indignação e impotência, pelo impacto causado, pela perda de qualidade de vida e pela impotência de não ter condições de alterar a situação”.

 

Preocupação com o manejo dos córregos na região.Preocupação com o manejo dos córregos na região.

 

COMPENSAÇÕES... – Entre os impactos ocorridos Francisco cita o desmatamento da vegetação, o lançamento de material particulado no ar devido à movimentação de terra e problemas com drenagem, pelo assoreamento do córrego com entupimento das tubulações.  “Quando chove provoca alagamentos afetando os moradores”, afirmou o conselho participativo. Ele até agora não percebeu nenhuma compensação ambiental realizada pelo empreendedor.

 

As pistas elevadas vão passar encostadas em uma escola pública.As pistas elevadas vão passar encostadas em uma escola pública.

 

DESNECESSÁRIA – Segue a enorme preocupação dos moradores com eventuais invasões que possam acontecer nos terrenos lindeiros à obra, que estarão bem distantes dos olhos do poder público.   “Esta obra é desnecessária para população e só trouxe impacto ambiental e social para região, trazendo poluição atmosférica e visual que antes não existia, além de induzir a invasão”, observou Francisco Florentino, que participou dos movimentos de luta contra a realização dessa obra, conforme relatado no Blog do Rodoanel Norte, AQUI.

 

Em Junho/2016 as vigas estão sendo içadas para fazer as pistas.Em Junho/2016 as vigas estão sendo içadas para fazer as pistas.

 

MARGINAL – O portal sempre se manifestou contrário à obra do Rodoanel Norte, uma vez que esse é o trecho menos necessário de todo o Rodoanel, em termos de demanda para o transporte de carga sentido interior-capital.  Esse trecho Norte, apesar de só acessível pelas rodovias, acabará funcionando como outra “avenida Marginal”, sendo usada por carros de passeio e pequenos caminhões para o tráfego interregiões da capital e da Grande São Paulo.  Tudo isso ao passar a apenas 11 km do centro da cidade, levando poluição de toda ordem para a Reserva da Biosfera do Cinturão Verde de São Paulo (decretada pela ONU), que inclui o Parque Estadual da Cantareira.

 

Os impactos ambientais precisam ser mitigados.Os impactos ambientais precisam ser mitigados.

 

Minudências:
@ A obra do Rodoanel Norte é dividida em seis lotes, tocados por diversas empreiteiras.
@ O trecho do Jardim Corisco pertence ao Lote 4, tocado pela construtora Acciona.  Segundo o jornal Estadão de 03/06/16 a obra tem atrasos nos processos de desapropriação na Justiça.
@ Porém o trecho mais complicado da obra é o Lote 1, na região de Perus e Jaraguá,  tocado pelo consórcio Mendes Junior, Isolux e Corsan.  A obra chegou a estar parada, e foi retomada em ritmo lento, conforme matéria AQUI.
@ A obra do Rodoanel Norte iniciou em 12/03/2013, data que o Blog do Rodoanel Norte definiu como o “início do apocalipse ambiental da metrópole”. 
@ Veja AQUI, no Blog do Rodoanel Norte, a história da luta contra essa obra, empreendida por moradores e ambientalistas.

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  • Visitante - Francisco Florentino de Sousa Filho

    Essa obra é descabida e de nada serviu as audiências publicas, onde a população mostrou sua indignação e oposição a obra. É necessário mudar esse modelo de licenciamento onde o Governo é o empreendedor e licenciador da própria obra e que produz um EIA/RIMA totalmente tendencioso e cheio de falhas e que é pior coloca um secretário de Meio Ambiente que não tem isonomia (Bruno Covas) para conceder uma licença de um projeto que foi início e leva o nome do seu avô Mario Covas, e quem paga a conta mais uma vez é a população e agora começa a ser ventilado os escândalos de superfaturamento no trecho responsável pela OAS, é isso que motiva o desespero de gastar mais de 6 bilhões de reais.
    E onde foram parar as compensações e o que será feito do cinturão verde da Cantareira com a privatização dos parques estaduais?

  • Visitante - DANIELE PEREIRA BARBOSA

    Até agora, não existe nenhum projeto de revitalização da área, nenhum suporte aos moradores que se encontram na area.