Aniversário de Pirituba – 1º/Fev/2015
A inauguração da estação Pirituba, da antiga São Paulo Railway Company, em 1º/02/1885, definiu uma nova era para a região Noroeste da cidade, e foi escolhida como marco inicial do distrito de Pirituba. Há 30 anos o jornalista e pesquisador da história local Nelson Américo de Godoy apresentou a idéia de uma data para o distrito ao então vereador Almir Guimarães. Este levou adiante a proposta, transformada em lei municipal. Sintetizamos abaixo o histórico sobre Pirituba, realizado pelo pesquisador Godoy.
O território de Pirituba abrange em sua maior parte as áreas então ocupadas pelas fazendas Anastácio e Jaraguá, além de pequenos sítios, que no início do século XIX despertaram o interesse dos pesquisadores estrangeiros, a exemplo do que relata o inglês John Maew, em “Viagem ao Interior do Brasil”, editado em 1813 na Inglaterra e o missionário norte-americano Daniel Kidder, que permaneceu em nosso país durante três anos, e pode relatar sobre a vida e o trato nas fazendas de nossa região.
Destaca ele que o coronel Anastácio de Freitas Trancoso cultivava, além de cereais e café do qual exportava, também chá, mantendo em suas terras plantação superior a 25 mil pés, que davam duas colheitas anuais. O coronel Anastácio, que distinguiu-se pela sua bravura, serviu o Governo Provisório desde 1823 até a criação dos presidentes de Província em 1824, cultivava mandioca, algodão, banana e cana-de-açucar, além de vinho de fina qualidade. Daniel Kidder também destaca a amabilidade de dona Gertrudes Galvão de Moura Lacerda Jordão, viúva do Brigadeiro Manoel Rodrigues Jordão, proprietário da Fazenda Jaraguá.
Figuras exponenciais radicaram-se em Pirituba, e tornariam-se nomes de destaque na sociedade paulista. Além do coronel Anastácio e do brigadeiro Jordão, ressaltamos Francisco Pinto do Rego Freitas, Antonio Pinto do Rego Freitas, brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar e sua mulher Domitila de Castro Canto e Melo, a Marquesa de Santos, que adquiriram a Fazenda Anastácio em 9 de Maio de 1856, pela quantia de quinze contos de reis. Doutor Luiz Pereira Barreto, comprou os seus primeiros terrenos em 1888, formando em Pirituba o sítio Santa Carolina, notabilizando-se pela sua grande coleção de vinha, com aproximadamente 400 variedades.
Outras personalidades históricas que acreditaram em Pirituba foram os irmãos Antonio e Victor Marques da Silva Ayrosa, Frederico Archer Upton, Alexandre Martin Wellington, coronel Bento Bicudo e Antonio Fidelis, que com grandes esperanças iniciaram e desenvolveram suas atividades nesta terra promissora. Mas foi com a inauguração da estação da então São Paulo Railway Company, em 1º de Fevereiro de 1885, que Pirituba se firmou com posição destacada. Além da agricultura, os empresários também deram crédito ao nosso território.
O primeiro a instalar sua indústria em Pirituba foi Domenico Campestrin, juntamente com seu sócio Henrique Booch, com a Fábrica de Colla Paulista no final de 1898. O produto industrializado chegava a ser melhor do que o importado, e sua produção anual atingia 30 mil quilos, que era comercializado para as tipografias e marcenarias. Outro estabelecimento agrícola que projetou Pirituba foi a Orchidea Brasileira, de Joaquim da Silva Teixeira, que cultivava plantas para jardins, árvores frutíferas além de inúmeras espécies de orquídeas, que chegaram a ser exportadas para o Reino Unido.
Com o início das obras da Estrada São Paulo-Campinas, atual av. Raimundo Pereira de Magalhães, em agosto de 1916, e a venda da Fazenda Anastácio em 1917 para a Companhia Armour do Brasil, o nosso distrito destacou-se na cidade de São Paulo. Assim vieram para Pirituba, o Lanifício Pirituba, em 1927 e a Companhia Anglo Brasileira de Borracha, inaugurada em 1929.
Outro estabelecimento que divulgou o nome de Pirituba foi o Sanatório Pinel, inaugurado em 1929 pelo professor Antonio Carlos Pacheco e Silva. Naquela época, já haviam sido lançados inúmeros loteamentos, entre os quais destacamos a Vila Cachoeira, em 1915, a Vila Doutor Pereira Barreto e Vila Taiau, em 1922, Vila Palmeiras e Vila Bonilha em 1924, Vilas Barreto e Pirituba em 1927, assegurando o desenvolvimento populacional que hoje atinge 169.376 habitantes, distribuídos em aproximadamente 53 mil residências, construídas nos 17 km2 de área do território do distrito de Pirituba, que neste dia 1º de fevereiro de 2015, completa 130 anos de progresso e desenvolvimento.
Minudências:
@ A lei municipal nº 9978, de 18 de outubro de 1985, que definiu o Dia de Pirituba, foi assinada pelo então prefeito Mario Covas.
@ Em evento no dia 04/05/2013 a prefeitura de São Paulo cedeu ao governo federal o direito de uso do terreno da av. Mutinga 951, para construir uma unidade do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo – IFSP.
@ À época a previsão é que as aulas começassem em 2015, mas pelo andamento das obras isso só deverá acontecer em 2016.
@ A unidade mais conhecida da IFSP é a tradicional “Escola Federal”, no Canindé, ao lado do Shopping D.
@ A enorme área verde em torno da av. Dr. Felipe Pinel é particular, e o poder público já pensou em desapropriá-la para fazer empreendimentos, como um novo centro de exposições, muito maior do que o Anhembi. A idéia foi cancelada, pois São Paulo não se classificou para receber a Feira Mundial de 2020.
@ Clique AQUI para saber a história do “Castelinho”, que a comunidade conseguiu que fosse preservado.
@ A subprefeitura de Pirituba/ Jaraguá fica na rua Luis Carneiro 192, Vila Barreto. O subprefeito é Carlos Eduardo Silva Diethelm.
Pesquisa e texto: Nelson Américo de Godoy
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