Memorial da América Latina – 04/Out/2013
Cerca de 4 mil pessoas acompanharam um dia completo de informações e alertas sobre o futuro do planeta, na 12ª Conferência Produção Mais Limpa e Mudanças Climáticas. Sem adotarmos uma “produção mais limpa” em todos os ramos da atividade humana, não conseguiremos entregar às próximas gerações um mundo mais equilibrado e, em última análise, habitável. Quais são os problemas? Como enfrentá-los? Que decisões tomar? Três mesas de debate enfrentaram essas questões, vitais para o futuro da humanidade.
Panorama do evento no auditório Simon Bolívar, Memorial da América Latina
MENSAGENS - A iniciativa do vereador Gilberto Natalini reuniu ONGs, pesquisadores, secretários, vereadores, deputados na mesa de abertura, e todos deram sua mensagem. Mário Mantovani, do SOS Mata Atlântica, enfatizou seu discurso pela preservação das áreas verdes na cidade, e pelo combate ao esgoto nas ruas. O SEBRAE lançou a cartilha “Primeiros Passos para uma Empresa Sustentável”. O vereador Police Neto pediu a todos que pensem mais no coletivo e menos no individual. O vereador Ricardo Young afirmou que é preciso lutar para transformar a cidade em um espaço promotor de serviços ambientais.
PLANETA-OVO – Simão Pedro, secretário municipal de Serviços, falou da Conferência Municipal de Meio Ambiente, com foco na gestão dos resíduos sólidos. Ricardo Teixeira, secretário municipal do Verde e Meio Ambiente, enfatizou a atuação da prefeitura no aumento da mobilidade e no plantio de árvores. O ex-ministro do Meio Ambiente, José Carlos Carvalho, fez a palestra magna do evento, e comparou o nosso planeta a um ovo: “A Terra é um ovo de galinha pendurado no espaço, e nós vivemos na casca. Não nos damos conta de nossa fragilidade”. Carvalho criticou “políticas públicas invertidas”, como os incentivos fiscais à venda de carros, retirando os recursos que poderiam ser investidos em transporte coletivo.
Mesa de abertura do evento.
ÁGUA - A primeira mesa de debate teve como tema a água. O geólogo Álvaro Rodrigues dos Santos exortou a sociedade a “parar de errar”, por exemplo na crescente impermeabilização e assoreamento dos cursos d´água. Ele lembrou que a partir de 1950 a cidade cresceu além das várzeas e chegou às encostas, e isso gerou sedimentos que prejudicaram a vazão dos rios. E isso acontece até hoje nas periferias. O engenheiro Fernando Gomes apresentou o empreendimento Aquapolo Ambiental, que fornece água de reuso para o Pólo Petroquímico do ABC. Uma estação de tratamento particular trata o esgoto coletado na região e o envia como água de reuso para a atividade industrial. O engenheiro Paulo Massato, da SABESP apresentou os números de captação de água da SABESP nas diversas bacias da região metropolitana de São Paulo.
JOVENS - Durante a tarde as questões da qualidade do ar e dos resíduos sólidos foram debatidas em duas mesas específicas. Ao longo de todo o dia o hall e a parte externa do auditório tiveram ONGs e empresas mostrando suas soluções para a sustentabilidade ambiental. Ver um grande número de jovens participando do evento deu esperança de que se consiga reverter a tendência destrutiva da produção e do consumo humanos, levada adiante pela desinformação.
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 Hall do auditório. |
Minudências
@ Foi lançado o livro “Mudanças Climáticas: do Global para o Local” (editora Manole), com textos da pesquisadora Tatiana Tucunduva e do vereador Gilberto Natalini, entre outros.
@ Houve a premiação das escolas vencedoras da gincana de coleta de lixo eletrônico.
@ A revista Brasileiros distribuiu gratuitamente um exemplar especial da revista, só sobre meio ambiente.
@ Foram apresentados diversos produtos que tentam encontrar alternativas ambientalmente sustentáveis às formas tradicionalmente usadas. Por exemplo, para os pescadores, uma empresa desenvolveu a “chumbada” (que dá peso aos anzóis), de cerâmica, e não de chumbo. A Associação de Agricultura Orgânica montou um stand falando dos benefícios dessa forma de cultivo e produção de alimentos. A Ecostar mostrou suas bicicletas elétricas. Isso entre muitas outras apresentações.
@ Os últimos estudos do IPCC – Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas reforçam a tese de que o clima está mudando pela ação do homem sobre a natureza. Por isso é fundamental exigir uma produção mais limpa dos bens que tanto conforto e prazer trazem para a humanidade.
Colaboração de fotos: Fernando Novikow
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