Ponto Alternativo de Cultura – 16/Dez/2016

      Os Panteras Negras, grupo ativista que nasceu na década de 1960 nos Estados Unidos, foi responsável por mudanças importantes na sociedade,  que se transformava de maneira radical.  O movimento cresceu tanto que se espalhou ao redor do mundo, deixando sua marca registrada com o gesto do punho erguido ao ar em defesa dos negros e negras daquele país. O debate discutiu essa militância e o seu legado.

Roda de debate sobre os “Panteras Negras”.

50 ANOS – O abismo social em que viviam brancos e negros era tal, que fez surgir a organização de jovens negros armados em prol de sua própria defesa, uma vez que não confiavam nas instituições oficiais.  No ano de 2016 o grupo completou 50 anos e contou com homenagens ao redor do mundo, mobilizando jovens. Um desses eventos aconteceu no Ponto Alternativo de Cultura na  Brasilândia, com a presença do palestrante Daniel Luz, que contou a história do movimento desde seu nascimento até os dias de hoje.

Participantes do debate...

no Ponto Alternativo de Cultura.

FILME – Antes da discussão foi exibido o filme “Panteras Negras”, obra de 1995 do diretor Mário Van Peebles, que conta a história com mais detalhes e pormenores. O petroleiro aposentado Antônio Duarte assistiu ao filme e saiu bem impressionado. Ele contou que a história dos Panteras Negras iniciada há 50 anos ainda é atual. “Nós somos a maioria trabalhadora e não nos sentimos representados. Acredito ser um pouco dessa situação ainda no Brasil”, afirmou ele. 

Cena do filme Panteras Negras.

EXEMPLOS – Já para a organizadora do evento e historiadora Marina Cintra, os Panteras Negras são um exemplo de luta por direitos civis que podem ser tomados de forma positiva.  “Acredito que a gente tem que se espelhar nesses exemplos históricos para saber como atuar e saber como eles se organizaram, e o que defendiam. Utilizar dessas experiências como uma formação para transformação do mundo. Além disso, tem toda a questão racial envolvida, o que é muito importante”, ressaltou ela.

ÂNIMO – O evento fechou o ano no Ponto de Cultura, que  promete retornar em 2017 com mais atrações e discussões, como salientou a professora do Ensino Médio Flávia Bischain. “Está terminando um ano difícil, temos que recuperar o fôlego para retornar com ânimo renovado às atividades em 2017”, declarou.

Outra cena do filme.

Minudências:
@ O filme “Panteras Negras” é estrelado por Kadeem Hardison, Bokeem Woodbine, Courtney B. Vance e Joe Don Baker.
@ Após o debate aconteceu uma confraternização de despedida do ano entre os participantes.
@ A estudante Marina Cintra e a professora Flávia Bischain são ligadas ao Movimento Mulheres em Luta.
@ Em 1968, nas Olimpíadas do México, os Panteras tornaram-se conhecidos do mundo. Nos 200 m rasos, Tommie Smith (USA), vencedor, e John Carlos (USA), 3º colocado, ao receberem suas medalhas levantaram os braços com os punhos fechados – esse era o símbolo do Movimento. Além disso, abaixaram a cabeça durante a execução do hino norte americano. (fonte: surtoolimpico.com.br)
@  O Ponto Alternativo de Cultura fica na rua Paulo Garcia Aquiline 201, Vila Penteado. 

Texto e fotos: Ronaldo Lages