Igreja São Pedro de Tremembé – Novembro/2016

      Na década de 1990 o Lions Clube Tremembé empreendeu um estudo, através de Manoel Vieira da Luz e companheiros, chegando à conclusão que o ano de 1890 marcou o início do bairro do Tremembé, com a chegada dos primeiros moradores das chácaras, de origem italiana, portuguesa e espanhola. Mais tarde ficou definido o dia 10 de Novembro como a data oficial do bairro. O Tremembé comemora assim 126 anos de existência. Já a igreja São Pedro de Tremembé completa 90 anos em 1º de Dezembro.

 

Vista do bairro do Tremembé e sua igreja. (foto: Márcia Silveira)Vista do bairro do Tremembé e sua igreja. (foto: Márcia Silveira)

 

HISTÓRICO –  Acredita-se que o ano de 1890 marcou a chegada das primeiras famílias ao Tremembé, ocupando as primeiras glebas divididas das terras originais da fazenda de Pedro Vicente de Azevedo e Maria Amália Lopes de Azevedo, criando sítios e chácaras. Logo depois a ocupação da região ficou facilitada, com a inauguração em 1893 do Tramway da Cantareira, o famoso trenzinho. Mas o crescimento da região avançou mesmo com a fundação da Companhia Villa Albertina de Terrenos, em 1912, que começou a lotear as glebas em terrenos menores, com configuração urbana.

 

Igreja do Tremembé perto de sua fundação, em 1926.Igreja do Tremembé perto de sua fundação, em 1926.

 

IGREJA – A construção da igreja do bairro começou em 1914. Renato Franco, antigo morador do bairro, já falecido, contava que São Pedro foi escolhido como o santo patrono do bairro em homenagem ao seu fundador, falecido em 1912, Pedro Vicente de Azevedo. Mas a construção demorou e a paróquia de São Pedro de Tremembé foi fundada só em 1º/12/1926. Consta do livro-tombo que o seu primeiro casamento se deu 21/05/1927, unindo o casal Paschoal Pugliesi e Assunta Camarini.

 

Destaques da paróquia: padre Bruno Carra, padre Maurício Lucchini, e o atual, padre Edimilson Silva.Destaques da paróquia: padre Bruno Carra, padre Maurício Lucchini, e o atual, padre Edimilson Silva.

 

GEOGRAFIA – O Tremembé se distingue de outros bairros paulistanos por se localizar em um vale pronunciado, separado – até hoje – da mancha urbana da cidade pela mata da Invernada da Polícia Militar. Essa posição privilegiada, que retardou a chegada de muitas moradias e prédios, aliada à proximidade da serra da Cantareira, fez com que muitos europeus viessem morar na região, que tinha um clima bem mais ameno do que outras regiões da cidade. Por isso durante várias décadas o Tremembé abrigou uma expressiva colônia de alemães e de outras nacionalidades do Leste europeu. Ao fundo do vale passa o córrego que dá nome ao bairro, o Tremembé.

 

Desfile na rua Maria Amália Lopes de Azevedo na década de 1970.Desfile na rua Maria Amália Lopes de Azevedo na década de 1970.

 

PADRES – O Tremembé sempre teve párocos atuantes junto à comunidade. O primeiro a assumir a paróquia foi padre Cícero Revoredo, em 09/01/1927. Ele ficou dois anos liderando a igreja, vindo a seguir o padre João Bueno Gonçalves. Possivelmente o pároco com presença mais marcante no bairro foi o padre Bruno Carra, que conduziu a igreja de São Pedro de Tremembé de 1956 a 1989, portanto durante 33 anos. Todos os moradores mais antigos do bairro têm coisas a contar a seu respeito. Outro padre que se destacou, por sua jovialidade e gosto por cantar, fazendo uma igreja mais carismática, foi o padre Maurício Lucchini, que assumiu em 1998 e ficou cerca de oito anos na igreja. Atualmente o responsável pela paróquia é o padre Edimilson da Silva.

 

Igreja de São Pedro do Tremembé no passado.Igreja de São Pedro do Tremembé no passado. Igreja com as cores atuais.Igreja com as cores atuais.

 

Minudências:
@ Tremembé na língua tupi significa “terra úmida encharcada com poças, pântano”. Isso possivelmente se refere às águas que ficavam empoçadas, após as inundações do córrego Tremembé.
@ Até hoje os moradores de diversos trechos do Tremembé sofrem com as severas inundações causadas pelo córrego.
@ A estação Tremembé era a penúltima da linha do trenzinho. A última estação era a estação Cantareira, localizada onde hoje está o Clube de Funcionários da Sabesp, na Vila Rosa.
@ A estação Tremembé ficava exatamente na atual praça dona Mariquinha Sciacia.
@ Essa linha de trem funcionou de 1893 até 1969. A pequena estação Cantareira é o último resquício remanescente da linha, localizada dentro do Clube da Sabesp.
@ Até 1957 a atual rua Maria Amália Lopes de Azevedo tinha outro nome. Chamava-se av. Dr. Pedro Vicente. É um caso talvez único na cidade, da mudança de nome de uma rua, que era nome do marido e depois virou o nome da esposa.
@ Para quem não entende, existem três “Tremembés”: o bairro do Tremembé, que vai da av. Nova Cantareira até a praça Dona Mariquinha Sciacia. A região do Tremembé, que inclui bairros como Vila Rosa, Vila Marieta e Vila Albertina. E o distrito do Tremembé, o 4º maior entre os 96 distritos da cidade, que inclui a região da av. Coronel Sezefredo Fagundes.
@ Foram escritos dois livros sobre o bairro: São Paulo Tramway Tremembé volumes I e II. O volume II ainda se encontra à venda na Revistaria Tremembé, junto à praça dona Mariquinha Sciascia, também conhecido como Larguinho do Tremembé.

Colaboração de imagens: Regina Maura Mendonça

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