Subprefeitura Casa Verde – 18/Fev/2015
Entre os 96 distritos da cidade, o Limão foi o que teve a mais alta incidência de dengue até agora em 2015. Para explicar a gravidade da situação e orientar sobre prevenção, o subprefeito Luiz Fernando Gomez convidou a Supervisão de Vigilância em Saúde – SUVIS Casa Verde para falar aos interessados. Cerca de 40 pessoas receberam as informações. A mensagem principal foi a necessidade imperiosa de se eliminar os criadouros do vetor da doença, o Aedes aegypti.
VETOR – Marlene da Rocha, médica e supervisora da SUVIS CV, e Eliana Collucci, bióloga, apresentaram o ciclo de vida do Aedes aegypti, inseto que transmite a doença. A fêmea coloca seus ovos na borda de objetos como pratinhos, pneus velhos, calhas, caixa d´água, etc. Esses ovos, no seco, podem sobreviver até um ano. Quando vem a chuva esses ovos são levados para a água, onde inicia o ciclo, se transformando em larva, pupa, até virar o mosquito. Quando esse inseto pica uma pessoa infectada, ele se torna um vetor, espalhando a doença através da picada.
AGENTES – “Para controlar a doença é preciso eliminar esse mosquito, e portanto eliminar os criadouros”, afirmou diversas vezes a bióloga Eliana. “Os criadouros estão principalmente dentro das casas. Isso é o que os mosquitos preferem, nem precisam sair da casa, porque lá está o sangue humano que eles querem”. As técnicas relataram que a SUVIS Casa Verde possui cerca de 50 agentes de zoonoses para passar nas casas, verificando e orientando. Mas eles não têm poder de polícia, e não podem entrar se o morador não autoriza. Isso dificulta o trabalho de prevenção.
DESCUIDO – O subprefeito Luiz Fernando Gomez usou apenas uma palavra para definir o enorme crescimento de casos da doença na cidade: o descuido. “As pessoas se descuidaram de agir preventivamente”, disse o subprefeito. Como não choveu em 2014, as pessoas esqueceram do risco, e quando a chuva veio, com ela veio também a dengue. Gomez apresentou várias fotos de criadouros encontrados a menos de 500 metros da sede da subprefeitura.
PREVENÇÃO – A supervisora Marlene apontou a falta de veículos para transportar as equipes no começo do ano como uma das razões para o Limão ter uma incidência tão grande de casos de dengue. O trabalho ficou mais no entorno da SUVIS, na Cachoeirinha. Ela disse que o problema já foi contornado. “A gente só acaba com a dengue se acabar com o mosquito”, reforçou a bióloga Eliana. Por isso não tem grande eficiência usar inseticida, pois isso elimina o mosquito adulto, de forma muito localizada. A proposta é eliminar os criadouros, e assim evitar a proliferação do inseto.
Minudências:
@ Veja AQUI a matéria do Estadão que relata o Limão como o distrito com maior incidência de dengue na cidade em 2015.
@ O Limão foi o único distrito a ter mais de 100 casos da doença por 100 mil habitantes. Teve 130 casos por 100 mil habitantes.
@ A matéria cita a AMA Vila Barbosa, situada na av. Mandaqui, com espera de até 6 horas para consulta.
@ O portal passou nessa AMA na tarde de 18/03 e verificou que ela estava lotada, conforme foto acima.
@ Os sintomas mais fortes da doença acontecem entre o 3º e o 7º dia de indisposição. Deve-se procurar imediatamente o posto de saúde. Se for constatada a dengue, a SUVIS é notificada para tomar as providências de visitação e combate na região.
@ A SUVIS Casa Verde mantém um mapa da região, registrando com pontos vermelhos cada caso confirmado de dengue.
@ Não basta virar a água dos criadouros, porque os ovos ficam grudados nas bordas. É preciso também limpar as bordas dos objetos que vão ficar na casa, como vasos e calhas.
@ Outra doença transmitida pelo Aedes aegypti é a chikungunya, que ainda não teve casos nativos, só “importados”. Por isso, quando alguém é localizado com essa doença, é monitorado bem de perto, para evitar o alastramento.
@ Foi explicado que a chikungunya causa menos mortes do que a dengue, porém ela é uma doença crônica, com um ciclo mais longo, e seus sintomas podem durar anos.
@ Ainda não existe vacina para essas doenças. Talvez em 2018 já exista uma vacina contra a dengue, disse a supervisora Marlene.
@ Foram distribuídos folhetos e uma revistinha com jogos e palavras-cruzados para orientar as crianças.
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