Fábrica de Cultura Cachoeirinha – 16 a 18/Jun/2015.

      Com participação de moradores da comunidade e de várias regiões da Zona Norte, aconteceu durante três noites na Fábrica de Cultura da Cachoeirinha o curso “Cidadania e Política: Formação de Lideranças Locais”. O segundo dia de atividades foi desenvolvido pela cientista política, socióloga e doutoranda pela USP Lara Mesquita. A diretora executiva da Escola do Parlamento Tatiana Ribeiral acompanhou a palestra.

 

Início da atividade no segundo dia do curso.Início da atividade no segundo dia do curso.

TEMA – O encontro começou com atraso de 15 minutos, o que causou certo incômodo em parte dos participantes.  A seguir iniciou-se a discussão, com a temática “Como se elege um vereador”, que se mostrou produtiva e também polêmica. A professora Lara abordou de maneira pedagógica alguns dos mecanismos políticos que, segundo ela, são peças sofisticadas e que às vezes o cidadão comum não tem acesso ou não sabe muito bem como funcionam.

SISTEMA – A cada dois anos todos os brasileiros obrigatoriamente votam para os cargos de prefeito, vereador, deputados estaduais, federais, senadores, e presidentes, entretanto, poucos sabem como se articulam as regras do jogo político. Com  relação a isso a professora Lara destacou: “O sistema eleitoral é o método, a fórmula matemática para definir quem será eleito. É importante saber como ele se caracteriza, pois impacta diretamente na vida da gente”.

VOTO – Durante o curso foram desmitificados muitos mitos que são frutos da pouca politização das pessoas, como atribuir seu voto a figuras pessoais e não a uma ideologia ou partido. Neste aspecto, esclareceu a professora: “Você escolhe o candidato, mas primeiramente seu voto vai para o partido. Após obtê-los, muitos outros candidatos das coligações são eleitos com ele”.

Professora Lara Mesquita.Professora Lara Mesquita. Diretora Tatiana Ribeiral.Diretora Tatiana Ribeiral.

QUOCIENTE – Os participantes questionaram os sistemas e deram suas opiniões, Entre as características do sistema político no Brasil está o voto proporcional, que é a soma da totalidade de votos que o partido ou coligação obteve e que determina quem será eleito. “Os partidos devem ter quantidades mínimas de votos para eleger, não é qualquer partido que consegue eleger vereador para uma das 55 cadeiras da Câmara. Tem que alcançar o quociente eleitoral de 103.843 votos”, ressaltou a professora.

INDIGNAÇÃO – O que deixou dúvidas para os participantes foi  o sistema de coligações que, como foi frisado pela palestrante, são alianças que no momento da eleição funcionam teoricamente como uma espécie de partido único.  Com algumas questões colocadas por participantes que se diziam contra o atual “jogo político” brasileiro, e se mostraram até mesmo indignados, a cientista política Lara Mesquita foi enfática: “A insatisfação é uma forma de mudar a atual situação”, finalizou a palestrante em tom otimista.

Minudências:
@ Um partido político só pode ser criado se tiver uma quantidade específica de assinaturas no Brasil inteiro.
@ Um tema polêmico que surgiu na discussão foi os chamados “candidatos celebridades”, que em alguns casos se elegem, entretanto possuem alto índice de rejeição pelo eleitorado.
@ Os participantes citaram o sistema de financiamento de campanhas que, segundo eles, deveria mudar.
@ Um participante trouxe a informação de que a torcida uniformizada Gaviões da Fiel pensa na possibilidade de criar seu próprio partido político.
@ A Escola do Parlamento foi criada em 2011 pela Câmara Municipal de São Paulo, com o intuito de educar a população para uma participação mais cidadã em suas diversas instâncias, por meio de palestras, cursos, debates e seminários.

Texto e fotos: Ronaldo Lages

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